A hora de mudar

Em mais um assunto sério e denso abordado por este blog, gostaria de recomendar um filme, O Ponto de Mutação, visto no próprio google vídeos, baseado no livro de Fritjof Capra.

O livro funciona mais como um longo e interessante ensaio, sendo que o filme baseia-se nas idéias do autor para construir seus diálogos e situações. É um filme lento e totalmente expositivo, mas para aqueles que se interessam por uma boa divagação filosófica, a dica é impagável.

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Um último adeus ao Rei do Pop!



Já se passaram quase dois dias desde a morte de Michael Jackson e eu ainda estou chocada. É mesmo incrível como podemos nos abalar com a morte de alguém que nunca vimos ou com quem nunca conversamos...

Michael fez parte de minha infância. Meu pai, apaixonado pelos hits e baladas que encantaram toda uma geração nos anos 70 e 80, sempre gostou de ouvir esse tipo de música e me fez aprender a gostar também. Desde pequena eu o acompanhava em suas predileções e foi ao lado dele que conheci nomes como A-ha, Pink Floyd, Scorpions, Tears for fears, Prince e, claro, Michael Jackson.

Assistindo a MTV ontem à noite, me dei conta de quão difícil é falar desse homem que é quase um ser de outro planeta. Seus feitos, a começar por suas apresentações no Jackson Five, já demonstravam o talento inato e as habilidades de liderança que o acompanharam durante a maior parte de sua vida; afinal de contas ser o astro principal de um grupo musical aos 11 anos de idade não é para qualquer um.

Depois disso, a decisão de seguir carreira solo e a realização do disco “Off the Wall”, o consolidaram como o maior ícone da indústria musical de todos os tempos, visto que ele não sabia só cantar bem, diferente da grande maioria no ramo, mas era também compositor, ator, produtor, diretor, empresário e um dançarino espetacular.

Aliás, foi com Michael que o “Moonwalk” se tornou conhecido. Incrementando passos de Gene Kelly, Fred Astaire, e revelando influências de James Brown, ele apresentou ao mundo performances tão originais que marcaram as gerações que vieram após ele.



Além do “Moonwalk”, o astro também foi responsável pela ascensão da MTV (e não o contrário, como muitos pensam!). O precursor dos videoclipes mais singulares que a América e todo o mundo jamais haviam visto inaugurou estilos, cores e formatos inimagináveis. E é realmente espantoso o fato de que assisti-lo em curtas como “Smooth Criminal” e “Thriller”, é como estar diante da TV vendo algo atual, produzido no século XXI.

Os escândalos pessoais que envolveram a trajetória do mágico da música levaram-no inúmeras vezes à aversão e ao esquecimento. Com o passar do tempo, seu nome se tornou sinônimo de polêmica. E, não sei se por ironia do destino, justamente agora que ele iria voltar aos palcos e maravilhar os milhões de pessoas que viam nele um ídolo, o fim se coloca diante de nossos olhares perplexos...

Não acredito que surgirá outro como ele – sensível às deficiências humanas, frágil perante suas próprias deficiências. Michael entra agora para a lista de nomes, entre os quais, Elvis Presley ou The Beatles, para a qual há pessoas não se convencem de sua morte; onde sua coroa e suas influências nunca deixarão de existir. Em uma das entrevistas que assisti ontem alguém disse que há no mundo pessoas que se tornam celebridades, astros, mega-astros, super-astros e Michael Jackson. Concordei!


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E o diploma, cadê?

Este blog é escrito por dois alunos de jornalismo, que agora se vêem um tanto desamparados, achincalhados até. Sonhamos um dia com a profícua carreira de jornalismo, idealizando a vida e nos apaixonando pelos sonhos e projetos traçados. Somos românticos, ora! Ontem, para nosso terror, Gilmar Mendes, o carismático (adicione altas doses de ironia) presidente do STF, e o seleto grupo de ministros que residem naquela Casa, resolveram que para fazer jornalismo não mais é necessário o diploma, expedido por uma universidade previamente habilitada pelos órgãos competentes para tanto. Agora, basta ter o famigerado Q.I. ("quem indica", aquela mão amiga abençoada) ou fazer parte de um joguete de interesses pequenos quaisquer. Para continuar com o assunto, prefiro fazer minhas as palavras do ótimo Leandro Fortes.

Acessem o blog dele e leiam uma análise precisa de mais esse desserviço realizado pelo STF, nossa corte maior.

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Falando de moda!

Nesta quarta-feira teve início a São Paulo Fashion Week (SPFW), a semana de moda de São Paulo, que ocorre de seis em seis meses e aponta as tendências que serão utilizadas nas próximas estações. Resolvi escrever sobre esse assunto porque há pouco tempo era uma daquelas pessoas desinformadas que percebia a indústria da moda com certo preconceito. A moda tem muito mais a ver com a vida real do que geralmente se pensa e ela vem crescendo muito, tanto no âmbito internacional, quanto no mercado nacional.

Assunto pertinente dentro de casa, nas escolas ou no trabalho, tanto quanto a política, o meio ambiente ou as artes, em geral, a moda integra a construção da identidade individual. Não acredite quando disserem que se trata de coisa para iniciados ou algo restrito ao mundo fashion. O que você veste e exibe comumente revela traços intrínsecos e essenciais de sua personalidade. Os preconceitos existem em parte porque ela possui um caráter efêmero manifestado nos desfiles e modismos, e também porque ela se relaciona com a aparência (supotamente privilegia o superficial em detrimento do conteúdo). Além disso, ela é frequentemente retratada como algo feito para ludibriar vítimas alienadas e dispersas, para tornar as pessoas aquilo que elas não são.

Quem a critica dessa forma (e até pouco tempo eu podia me incluir aqui) de fato despreza todas as implicações que a moda possui em um contexto imcrivelmente maior: político, econômico, sociológico, psicológico. Embora a "ditadura da moda" colha seus efeitos ainda hoje entre aqueles que se sentem manipulados por ela, falar de moda é muito mais do que falar da roupa que se está vestindo, é dissipar-se de idéias pré-concebidas e atentar-se para os reflexos e as transformações que ela explicita na sociedade que nos cerca.

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A volta daquele que não foi!

A gravadora Sony anunciou que vai voltar a lançar discos de vinil no mercado brasileiro. A decisão partiu do princípio de que há uma tendência mundial – especialmente entre os colecionadores – em consumir discos de vinil.

Para a geração que não o conheceu, o vinil é o que se pode chamar de pai do CD. Também conhecido como LP, que em inglês significa "long play", e bolachão, é uma mídia que nasceu na década de 50 e reproduz músicas em uma aparelho chamado toca-discos. A partir da década de 80 e início da década de 90, a invenção dos "compact discs" (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo.

No entanto, ao contrário do que se acreditava, o vinil sobreviveu e está de novo na moda. Para os especialistas, os motivos da superioridade deste formato em relação às mídias digitais em geral (CD, DVD e outros) residem, entre outras coisas, em sua excelente qualidade sonora (eles garantem que o vinil possui um som mais "puro"), as imagens grandes, os encartes generosos e todo o ritual realizado para se ouvir a música, que muitas vezes aproxima as pessoas que se reúnem para curtir o disco, enquanto as outras mídias as distanciam.

Existem 20 fábricas de vinil no mundo todo. Os colecionadores afirmam que o som do vinil é uma coisa única, e não só o som, mas a onda que o acompanha, e que a volta do vinil está muito relacionada ao fato de as demais mídias serem tão descartáveis. Para os colecionadores, sua marca sempre foi "top of mind", mas as gerações que não o acompanharam e o conhecem agora tem se identificado com a nostalgia presente neste elemento, que é legitimador de artistas e bandas que marcam e marcaram épocas. É importante ressaltar que para aqueles que gostam de música, tanto faz a maneira como ela é reproduzida. Creio que na realidade há espaço para todos os formatos, ainda que estes diminuam com o tempo, ou sejam de repente substituídos por outros.

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Cinema + Meio ambiente => XI FICA

Em tempos de mudanças climáticas que geram situações de seca e inundações jamais vistas, em que a poluição e o desmatamento contribuem para a diminuição da biodiversidade e da água disponível ao consumo humano, e transformam radicalmente os lugares em que vivemos, tornam-se imprescindíveis discussões e atitudes que possam retardar e, se possível, encerrar, o aquecimento global e as alterações previstas para o nosso planeta.

Diante deste quadro é que venho fazer um convite especial a todos os que se interessam pelo meio ambiente e pelas artes em geral. Como concilia-los? O FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), um dos maiores e mais conceituados festivais de cinema no mundo, vem em sua 11ª edição expor - por meio de palestras, debates e filmes, em paralelo com uma programação que conta com espetáculos musicais, teatrais, dança e literatura - todos os tipos de problemas ambientais que preocupam a sociedade contemporânea.

Nomes como o de Ismail Xavier (Professor de Cinema da Usp), Isabela Boscov (Crítica de Cinema da revista VEJA), Francisco Elinaldo Texeira (Professor de Cinema da UNICAMP) e Cláudia Valéria de Lima (Coordenadora do curso de Ciências Geoambientais da UFG) poderão ser encontrados nos cursos de cinema, cursos ambientais, mesas de cinema e mesas ambientais proporcionados pelo evento, que ocorrerá entre os dias 16 e 21 de junho, na histórica cidade de Goiás, que hoje sustenta o título de Patrimônio da Humanidade.

A temática dos filmes, exclusivamente ambiental, tem atraído mais e mais concorrentes a cada ano, sendo que em 2009 o festival, que oferece 240 mil reais em prêmios (a maior premiação da América Latina), bateu o recorde do número de países inscritos, 55 no total, sendo que destes, 13 foram selecionados (Alemanha, Brasil, China, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Grécia, Holanda, Irã, Itália, Nigéria e Polônia).

Este ano, além do crescimento no número de inscritos e da qualidade dos materiais enviados aos organizadores da mostra, também serão exibidas novidades e atrações especiais aos espectadores. Entre elas, uma mostra infantil que contém 11 filmes com temática ambiental, exclusivos para crianças, o Fórum Ambiental “Globalização e as Crises sem Fronteiras: em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais”, e os shows de Vanessa da Mata e Martinho da Vila.

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Quem ainda gosta do Serra e ignora o Lula?




Não observar o fenômeno "classe média" que tomou conta do país nos útlimos anos é estar de olhos e ouvidos vedados para o que acontece. O "boom" financeiro da nossa classe média chamou a atenção até de grandes potências. Em 2008, o The New York Times publicou artigo em que mostrava a feliz classe média consumista do Brasil crescendo enquanto nos EUA as pessoas dessa mesma classe amargavam o início de uma recessão que se revelaria catastrófica meses mais tarde.


Segue trechos do texto:

"Tradução do longo artigo sobre a prosperidade brasileira, publicada no

jornal New York Times:


Consumidores brasileiros vivem período de prosperidade


Andrew Downie

Em São Paulo


Os consumidores nos Estados Unidos estão apertando o cinto; os

brasileiros estão gastando como se não existisse palavra em português

para recessão. [...]


"No passado, quando os Estados Unidos espirravam, o Brasil pegava uma

pneumonia, mas este não é mais o caso", disse Marcelo Carvalho,

diretor executivo de pesquisa do Morgan Stanley no Brasil.[...]


Uma visita a qualquer shopping center ou revendedora de carros sugere

que é verdade. As lojas estão lotadas de compradores ávidos em gastar.

As vendas de aparelhos domésticos aumentaram 17% do ano passado, a de

celulares aumentou 21% e as vendas de computadores notebook e

televisores de plasma e LCD quase triplicaram. [...]"


Fonte em pdf.


Se alguém aqui tem recordação dos anos 90 (seja tendo vivenciado, ou estudado nos livros), deve lembrar-se que inúmeras e sucessivas crises econômicas acometeram o Brasil nesse período. Isso se dava, entre outros fatores, pelo atrelamento da nossa economia à dos EUA. Logo no início desse governo, Lula empreendeu diversas viagens pelo mundo. Enquanto a mídia descia a lenha no presidente, acusando-o de fazer turismo, Lula pulverizava os produtos brasileiros por muitos países, rompendo assim com nossa dependência colonial com os EUA. Se ainda estivéssemos sob um governo tucano, o ideal do neo-liberalismo teria triunfado e todas as nossas empresas teriam sido entregues às multinacionais estrangeiras. Seria mesmo como na crise de 29: EUA falido, Brasil sem financiador. O que acontece hoje é que vendemos para o mundo todo, e muito. Diversificamos nossas fontes de renda.


O Brasil melhorou. Se jogar uma bomba resolvesse os problemas (como alegam alguns conhecidos meus), todos os países massacrados por uma guerra ressurgiriam no pós-guerra melhores, revitalizados, desenvolvidos. Com exceção da Alemanha Ocidental e do Japão (que tiveram toneladas de capital injetadas na sua recuperação pós- 1945 por motivos geo-políticos), bombas não ajudam a salvar ninguém. Temos que encarar os fatos: o Brasil tem sim muitos problemas - históricos e culturais, o que só dificulta na solução -, mas é com essa matéria que temos que trabalhar. Lula não é um paladino, depositário de toda moral e virtude, mas é uma resposta em grande estilo à política oligárquica que sempre dominou esse país.


E sobre a Dilma... bem, ela não é lá muito simpática e atribuem a popularidade do presidente ao seu enorme carisma. Ora, basta lembrarmos do Lula sindicalista, barbuda e maltrapilho, para vermos como alguém pode ficar mais... afável. Ela tem crescido nas pesquisas. Uma recente pesquisa Data-Folha mostra que ela está quase alcançando o Serra naquelas entrevistas que testam a memória espontânea do eleitor (não é sugerido nenhum nome, apenas é perguntado, livremente, em quem a pessoa votaria). Quer dizer, uma mulher até recentemente desconhecida do grande público está sendo quase tão lembrada quanto o velhaco José Serra, político das antigas e que conta com o tal do recall (memória dos eleitores sobre ele).



Se pensarmos que ainda faltam mais de 1 ano para as eleições e que as campanhas ainda não se efetivaram, é perfeitamente plausível a idéia de a estreante Dilma derrotar o veterano Serra.

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E3 e o retorno de Yoshi!

Para provar a elasticidade (por que não falar em "inexistência") editorial deste blog, larguemos mão de assuntos mais sérios e sisudos por um instante. Quero falar de algo que muito me interessa: os games. E o momento não poderia ser mais oportuno: encerrou-se hoje a E3 (Electronic Entertainment Expo), a maior feira do mundo dos games, que aconteceu em Los Angeles. É o evento mais esperado do ano por qualquer um que se interesse pelos jogos eletrônicos. Durante quatro longos dias, as principais produtoras e empresas do ramo reuniram-se e mostraram ao mundo suas novidades para os próximos doze meses. Confesso que ainda não olhei mais a fundo as conferências da Sony e da Microsoft. Apenas assisti ao trailer-demo de Gof of War III, promessa mais que adiada da Sony para o Playstation 3. Eu gosto do Kratos e suas aventuras épicas (joguei apenas o 1º título para "play" 2) e realmente fiquei curioso com esse novo capítulo - também, pudera, há quanto tempo a Sony vem empurrando esse lançamento?-. Jogada de marketing mais que desleal com os verdadeiros apaixonados pela franquia. Para PSP, assisti ao trailer de Soul Calibur: Bronken Destiny, que trará um convidado especial: Kratos! O personagem, ao que parece, roubou a cena nas terras sonystas. Sobre o X-Box 360 ouvi algo sobre Halo 3 ou... whatever.

Antes de continuar, devo alertar aos desavisados que, apesar de gostar de Video-game com V maiúsculo e apreciar todas as plataformas, meu coração bate mais forte pela Nintendo. Algum extremista que, ao acaso, caiu nesta página, não reclame, quero mesmo é falar da conferência da gigante nipônica. E neste ano, a Big N resolveu deixar seus fãs mais felizes que no ano passado. Ao invés dos parcos anúncios que abalaram os ânimos de todos, a empresa resolveu apostar alto e confirmar os rumores que já rondavam os sites e fóruns especializados. E, dentre várias revelações, a mais desacreditado por mim: MARIO GALAXY 2. Para eu listar as razões que me faziam ter pouca fé em ver a continuação do jogo ainda nesta geração, eu precisaria de um post inteiro. O fato é que a Nintendo resolveu investir novamente na fórmula que fez do primeiro jogo do bigodudo Mario para Wii ser um sucesso (mais de crítica do que de público, devo admitir). Mas o que me deixou mais feliz, feliz como uma criança que ganha um presente super aguardado, foi o retorno de uns dos personagens mais carismáticos do universo Mario: o saudoso Yoshi.

Sumido desde o Nintendo 64 com Yoshi's Story, o dinossauro verde e linguarudo só não desapareceu completamente por conta de suas participações especiais em spin-offs típicos da volumosa franquia Mario. Mas, ainda que tenha estrelado jogos só seus no N 64 e no Super Nintendo (em Mario World 2: Yoshi's Island), nada substitui a receita original, sua primeira aparição feita em Super Mario World. Mario e Yoshi voltam a se encontrar e a cooperar em uma nova aventura (nem tão nova assim, afinal, provavelmente Mario terá que salvar Peach das garras do Bowser mais uma vez). Agora em 3-D e com os lindos gráficos que só o Galaxy conseguiu trazer com maestria para o Wii.



Entre os principais lançamentos da Nintendo na E3, além de Galaxy 2, está New Super Mario Bros. Wii – que traz os mesmo elementos já vistos no mesmo título para Nintendo DS - Metroid : Other M – aguardada aventura de Samus na sua velha forma (ao que parece, a heroína abandona a 1ª pessoa e adota um alternância de posições de câmera, ora 3ª, ora 2ª pessoa). Fugindo do folclore nintendista, temos ainda jogos que se interessam pela outra face do Wii: aquela que não vive só de Mario ou jogos casuais. Gladiador A. D., que dará suporte ao acessório que pretende aumentar a precisão e o realismo na movimentação dos controles do Wii ( o “Wii Motion Plus”), traz lutas sangrentas e de forte apelo visual. O jogo ainda está em fase de produção, mas dá para perceber o capricho com os gráficos, revelando intensidade de detalhes e do uso de gradações de luz.



Com muitas novidades, percebe-se que a Nintendo colocou suas fichas nas suas próprias criações, reafirmando seu fôlego para enfrentar a disputa de consoles com seus títulos já consagrados e com seus eternos personagens, como o velho e bom Yoshi.

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Ponderando a educação a distância

Nós somos totalmente conscientes de que o governo brasileiro não disponibiliza recursos suficientes para a educação de seus cidadãos. O país possui verba para investir neste setor da mesma forma que tem para aplicar na saúde, moradia ou meio ambiente – cada um com seu orçamento específico. Analisando um dos aspectos relevantes neste contexto, o tema que centraliza a seguinte discussão é a educação a distância, definida como o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias (principalmente as telemáticas, como a Internet), onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente.

Em meio ao debate que ganhou um novo destaque com o protesto realizado pelo movimento estudantil na USP, os prós e contras dessa forma recente de ensino nas universidades, pelo menos na comunidade brasileira, foram evidenciados.

Comecemos então pelos pontos a favor do método. Entre eles citam-se: o atendimento a um número elevado de pessoas que por inúmeros motivos, como a distância geográfica e as questões de saúde, são impossibilitadas de receber educação; as baixas mensalidades, que favorecem os obstáculos econômicos; e a maior disponibilidade e flexibilidade dos horários, que atendem fundamentalmente os trabalhadores que também desejam estudar.

Em segundo plano, os aspectos negativos ressaltados por professores e alunos dizem respeito essencialmente ao fato de a educação a distância estar sendo institucionalizada como substituinte da educação dentro da academia. Para esses sujeitos, esse processo educacional é, sem dúvida, uma maneira de disponibilizar informação a um maior contingente de pessoas, no entanto, não é formação, visto que a formação acadêmica exige um contexto amplo composto por professores, alunos, bibliotecas, o ambiente real de produção de trabalhos, ou seja, o aprendizado no universo presencial seria mais efetivo.

Exemplos concretos de pessoas formadas a distância que conseguiram se sobressair dentro das empresas onde trabalham vêm contrapor muitos dos pontos expostos por quem é contra o método. Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário da educação a distância do MEC, revela que “o ensino a distância está formando gente com muita qualidade e não é uma coisa distante, é uma coisa presente.” Antigamente as pessoas eram educadas a distância porque precisavam, hoje já é uma opção.

Uma das principais perguntas quando se evoca o tema é se o governo vem colocando esse tipo de sistema educacional como uma política pública que silencia todo o problema envolvendo a educação nacional (a ineficiente formação dos professores, a falta de estrutura dos ambientes acadêmicos, ou a ausência de instrumentos e materiais que viabilizem o ensino) ou se ele realmente tem se preocupado com os indivíduos que dificilmente têm acesso à educação.

Entretanto, pensando nesta que é uma realidade contemporânea para a qual não podemos mais virar as costas e refletindo a eficácia desse sistema que expande a educação a todos os picos do Brasil tantas vezes esquecidos por esse governo, devemos nos atentar para uma outra esfera, que reconsidera as objeções e resgata a quantidade de sujeitos (o número de analfabetos chega atualmente a quase 14 milhões de brasileiros) que ainda podem ser auxiliados por esse tipo de ensino, que obviamente também precisa ser revisado.

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Um espetáculo e tanto!

Apaixonada pelo cinema em sua totalidade – sua história, teoria, os filmes em si – freqüentemente assisto às premiações realizadas pelos mais variados festivais e emissoras de TV. Na noite de deste domingo (31), uma premiação em especial me chamou a atenção como nenhuma outra conseguira antes. E não por revelar performances incríveis de apresentadores ou cantores, ou apresentar homenagens aos extraordinários realizadores da técnica cinematográfica... O show simplesmente me desestabilizou pelo fato de que tudo nele era similar a uma grande brincadeira, que outrora haveria sido ensaiada para esse fim único de deixar os espectadores perplexos... Objetivo alcançado com destreza!

Sim! Estou me referindo ao MTV Movie Awards 2009. Um dos motivos pelos quais a MTV é chamada de "Music Television", é porque ela nasceu e consagrou-se como canal divulgador de músicas e videoclipes (especialmente rock) e não de categorias como o cinema e outras artes. De uns tempos para cá a emissora tem incorporado diferentes materiais e mudado sua grade regularmente, abordando e reproduzindo músicas (é claro), making of de clipes, notícias sobre celebridades, sexo, drogas e outros temas polêmicos, além de reality shows. Embora alguns acreditem que sua essência é perdida com essas modificações, a programação atual pode agradar significativamente, ainda que cometa algumas falhas durante seu processo.

Mas voltemos ao tema em discussão, a noite de premiação... Ah! Celebridades para todos os gostos e estilos preparadas para receber as premiações mais inusitadas da sétima arte, como por exemplo, melhor vilão (vencida pelo inesquecível Heath Ledger por Batman - O Cavaleiro das Trevas) ou melhor beijo (vencida pelo casal do momento Kristen Stewart e Robert Pattinson de Crepúsculo). Para os fãs teen da música e do cinema, a cerimônia foi um momento de puro êxtase. Entre os indicados, atores e cantores de High School Musical, Hannah Montana – o filme – e Crepúsculo.

Tudo parecia surreal, um colírio para os olhos, quando de repente, na primeira circunstância bizarra da noite, Sacha Baron Cohen
(o jornalista Borat Sagdiyev), sobrevoando por cima da platéia do Gibson fantasiado de anjo, caiu, na metade de seu trajeto aéreo, com as nádegas no rosto de Eminem. Proposital (de acordo com declarações da MTV) ou não, o fato causou estranhamento e constrangimento, principalmente por parte de Zac Efron (High School Musical), vencedor do prêmio de melhor ator que seria então entregue por Sasha.

Fiquei estarrecida! Não bastasse isso, entre outras manobras cômicas que a noite preparava, Kristen Stewart, a protagonista de Crespúsculo e vencedora do prêmio de melhor atriz, deixou que seu prêmio caísse no palco e o largou lá, no chão. Nunca tinha assistido a algo semelhante.

Integraram o espetáculo ainda trailers oficiais do novo Harry Potter e de Lua Nova, segundo livro da série homônia de Stephenie Meyer, que estréia em novembro. O evento terminou com a grande vitória de Crepúsculo como melhor filme e com a apresentação musical do próprio Eminem, que subiu ao palco como se aquela cena memorável jamais tivesse ocorrido.

Vai entender essas armadilhas do universo hollywoodiano!

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Mídia e partidarismo.

Pretendo iniciar neste blog uma discussão sobre a mídia e seu posicionamento diante do jogo político. A alcunha "Quarto Poder" é constantemente atribuída à imprensa (em todas as suas manifestações); em geral, denota sua participação na constituição de um Estado Democrático de Direito, postando-se ao lado dos outros três poderes da República. No entanto, algumas sombras são lançadas sobre essa mídia, no que se refere a sua imparcialidade ou, mais seriamente, a sua utilização como instrumento social de fiscalização dos Poderes.


No cenário brasileiro atual, o que de fato significa "Quarto Poder"? Um corpo estranho, mas claramente democrático e social, que se insere informalmente na tripartição dos poderes, ou um ente colossal que agrega forças políticas suficientes para não apenas fiscalizar as legítimas instituições públicas, mas para, sobretudo, influir, modificar, tirar proveito das relações políticas?


A mídia é imparcial? Essa seria a pergunta mais sucinta possível. Aqueles que detêm um certo nível de informações gerais e que não possuem muita ingenuidade responderiam rapidamente com um belo e sonoro “Não”. “A Globo é um veneno para o povo brasileiro”, “Ler Veja é coisa de quem tem preguiça de pensar” entre outros brados de protesto, cuspiriam os mais irritadiços. Mas nem sempre as coisas se mostram de forma tão superficial e simplória. Maniqueísmos tendem a empobrecer qualquer análise e desacreditam até mesmo os mais honrosos argumentos.


Até que ponto a mídia se coloca como representante dos interesses do povo, cobrando do poder público? Quando que as denúncias encabeçadas pelos jornais país a dentro deixam de atender a princípios éticos e se tornam meros joguetes para chantagem ou para difamação de possíveis inimigos?


Assistam ao vídeo do programa do Jô, no qual ele faz uma mesa-redonda com jornalistas. Olhemos com olhos mais aguçados. Tentemos enxergar além do que está sendo dito de forma transparente. Pensemos: o que discutem, sobre quem discutem, em quais termos discutem, quanto tempo gastam em cada tema discutido.




Depois de ter assistido ao vídeo, vale refletir: para quem esse programa é feito?


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A construção da identidade pós-moderna


A mídia e os produtos por ela veiculados não podem ser analisados na contemporaneidade como meros instrumentos de entretenimento e comunicação que alienam e massificam os indivíduos, pelo contrário, seu cunho ideológico e as mensagens que eles transmitem tonrnam-se na nossa sociedade redefinidores da identidade física e psicológica dos indivíduos.

O dicionário nos traz duas definições para o termo identidade. A primeira definição aborda um estado do que fica sempre igual, qualidade do indêntico. A segunda indica um conjunto das características próprias e exclusivas de um indivíduo, ou seja, a consciência da própria personalidade. Tomando por base o texto A Cultura da Mídia, de Douglas Kellner, podemos fazer uma análise da semelhança dos conceitos no dicionário com a exposição feita pelo professor e filósofo sobre o assunto. Alguns teóricos apresentam-nos a identidade como algo inato, da essência do ser; outros afirmam que na realidade ela é edificada de acordo com o ambiente e os outros indivíduos.

Em meio a esse debate sobre a questão da essência ou construção das características e personalidade de uma pessoa, o texto revela o papel fundamental da imagem na formação das identidades nas sociedades contemporâneas. A partir do exame minucioso de uma série de TV e de algumas campanhas publicitárias, o autor demonstra o quanto a sociedade do consumo é capaz de interferir no estabelecimento das consciências e personalidades individuais.

Resgatando ideologias sobre a televisão e o modo como seu entretenimento foi explorado nas últimas décadas, Kellner alerta para o fato de que a TV não é um simples meio de comunicação das massas que promovem a essas escapes momentâneos da realidade sofrida e rotineira. Sem dúvida ela pode ser utilizada por muitos como “puro ruído” sem aparente interferência. Entretanto, abordagens menos superficiais revelam que esse veículo tem a habilidade de moldar comportamentos, estilos e atitudes que concorrem para a criação de novas identidades. Combinando modelos e estruturas que convidam o espectador ao consumismo, à catarse e à realização de seus desejos mais íntimos, a TV propicia a este uma escolha entre ser a mesma pessoa ou tornar-se algo novo.

O estudo das campanhas publicitárias nos mostra que as imagens nas propagandas também possuem importante valor simbólico e ideológico. Utilizadas tanto para promover produtos comerciais quanto para divulgar crenças e expressões religiosas, políticas ou culturais, as propagandas tornaram-se meios poderosos de expressão do período em que se inserem e dos comportamentos que desejam influenciar. Como ocorre com o cinema e a TV, ela convida o indivíduo a integrar-se à sociedade por meio da aquisição das roupas que estão na última moda, as jóias mais raras, os cosméticos que rejuvenescem em menos tempo, o carro mais caro.

Ao contrário do que se via nas sociedades pré-modernas, onde a identidade era permeada por aquilo que a pessoa fazia, por seu caráter, suas escolhas e idéias, na era contemporânea do consumo e da informação deliberada, as novas formas de indentidade são definidas, na maioria das vezes, por aquilo que se tem e aquilo que se mostra. A competência entre aqueles que sabem distinguir entre a criação de uma identidade alienada e a edificação de uma identidade livre mas única, é testada dia-a-dia pelas máquinas do capitalismo.

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Quatro mãos

Em um mundo que vê eclodir uma bolha digital chamada blogosfera, sinto-me quase como que descobrindo o fogo. E não era para ser assim, afinal, o que se espera de um jovem é que ele esteja conectado, online. Mas a necessidade urgiu, como o leão faminto que não dá mole à sua presa: criei um blog. Ou melhor, criamos. Eu (Renato), e Lorena, minha companheira de viagem. Estudamos Jornalismo na Universidade Federal de Goiás e gostamos de tanta coisa em comum que decidimos que somos almas gêmeas. Aquelas que foram separadas no passado. Concluímos também que somos almas que de gêmeas tem apenas as idéias e o prazer mútuo de estarem juntas. Cada um com seu cônjuge (ou à procura), vamos caminhando contra uma ventania de coisas bizarras que, vez ou outra, dá lugar a um marasmo modorrento de estilhaçar a paciência do mais paciente eremita. C'est la vie, já diria um francês bem informado.

Ao longo desses anos de caminhada seguindo os passos um do outro, colecionamos algumas impressões sobre o mundo. E agora queremos escrever. Sobre isso, o mundo. Sem linha editorial. Apenas nosso ponto de vista acerca do que se sucede aqui, entre esse céu e essa terra. Nada muito romântico, ou crítico, ou profundo. Queremos mesmo é que o mundo e as coisas mostrem a nós como escrever. De início, por exemplo, num exercício de metalinguagem, vamos falar alguma coisa sobre blog e como essa ferramenta tem alcançado grandes distâncias. Este texto (próximo post) é de origem acadêmica. Foi útil para a sala de aula, será útil para este espaço. Comecemos então com uma discussão sobre a blogosfera e sua abrangência.

Sejam bem-vindos ao Dois Lados e Meio...

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A narrativa midiática em perspectiva

Nas últimas décadas do século passado, viu-se emergir um anseio acadêmico por forjar uma alcunha que fosse capaz de exprimir todos os elementos que permeavam a nova sociedade contemporânea, marcada por valores, práticas e instituições inéditas que reiteravam o individualismo e as novas relações de mercado. A modernidade de outrora havia sido superada; as novas tecnologias da informática agora tomavam o papel revolucionário das antigas fornalhas. A sociedade tornou-se eminentemente informacional e fez com que os indivíduos assumissem o poder dos veículos comunicacionais como representantes do processo comunicacional.

A notícia entrou definitivamente num processo industrial que lhe atribuiu valores de uso e de troca. A mão-de-obra exigida na composição do noticiário tornou-se cada vez mais especializada: os jornalistas não mais eram profissionais de áreas afins. Ao contrário, tornou-se necessário uma sistematização de toda a cadeia produtiva do jornal para que este fosse capaz de percorrer as mais longas distâncias, gerando e conduzindo informação. Todo esse processo sedimentou uma imponente máquina industrial que coordena todo o processo de desenvolvimento da notícia. A nova Sociedade da Informação está embebida constantemente pela necessidade de conhecer e, posteriormente, na tentativa de compreender o que a cerca.

A maior parte das transformações na sociedade deveu-se aos avanços técnico-científicos, sempre tão eficazes em interferir na percepção do homem sobre o mundo. Em função dessa capacidade da técnica em influir na relação homem-mundo, a internet causou uma verdadeira ruptura em paradigmas historicamente legitimados. A hegemonia do capital que era capaz de definir a estrutura que comportava a mídia é contestada por essa nova ferramenta, única na sua capacidade de democratizar o acesso de um número colossal de indivíduos no debate social vigente.

Neste processo evidente, o modelo da imprensa tradicional vê-se perdendo adeptos. Nascem os blogs, os jornais gratuitos e as novas mídias, instrumentos adequados às necessidades e interesses de um público que inaugura o que se pode chamar de um novo fetiche midiático: o diálogo entre o indivíduo e os meios de comunicação. Os consumidores de notícias deste universo globalizado editam e publicam os fatos e as informações ao invés de pegá-los prontos e estruturados pelos detentores do poder nos veículos comunicacionais. Na mídia clássica, comunica-se a um sujeito geralmente passivo e indistinto. Comunicar, no entanto, mais do que simplesmente informar, denota interação e participação dos interlocutores – ação concretizada pelos novos operadores midiáticos.

Diante dessa novidade que se instaura, em que se torna fundamental características como a agilidade, a competitividade, a organização e a credibilidade, a importância dessas novas ferramentas que maximizam as oportunidades de comunicação é, sobretudo, promover uma verdadeira mudança cultural que tenha por modelo a ética, o compromisso com o meio ambiente, com a qualidade de vida e com a cidadania, que garantirão o respeito aos direitos individuais e coletivos.

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