A volta daquele que não foi!

A gravadora Sony anunciou que vai voltar a lançar discos de vinil no mercado brasileiro. A decisão partiu do princípio de que há uma tendência mundial – especialmente entre os colecionadores – em consumir discos de vinil.

Para a geração que não o conheceu, o vinil é o que se pode chamar de pai do CD. Também conhecido como LP, que em inglês significa "long play", e bolachão, é uma mídia que nasceu na década de 50 e reproduz músicas em uma aparelho chamado toca-discos. A partir da década de 80 e início da década de 90, a invenção dos "compact discs" (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo.

No entanto, ao contrário do que se acreditava, o vinil sobreviveu e está de novo na moda. Para os especialistas, os motivos da superioridade deste formato em relação às mídias digitais em geral (CD, DVD e outros) residem, entre outras coisas, em sua excelente qualidade sonora (eles garantem que o vinil possui um som mais "puro"), as imagens grandes, os encartes generosos e todo o ritual realizado para se ouvir a música, que muitas vezes aproxima as pessoas que se reúnem para curtir o disco, enquanto as outras mídias as distanciam.

Existem 20 fábricas de vinil no mundo todo. Os colecionadores afirmam que o som do vinil é uma coisa única, e não só o som, mas a onda que o acompanha, e que a volta do vinil está muito relacionada ao fato de as demais mídias serem tão descartáveis. Para os colecionadores, sua marca sempre foi "top of mind", mas as gerações que não o acompanharam e o conhecem agora tem se identificado com a nostalgia presente neste elemento, que é legitimador de artistas e bandas que marcam e marcaram épocas. É importante ressaltar que para aqueles que gostam de música, tanto faz a maneira como ela é reproduzida. Creio que na realidade há espaço para todos os formatos, ainda que estes diminuam com o tempo, ou sejam de repente substituídos por outros.