A hora de mudar

Em mais um assunto sério e denso abordado por este blog, gostaria de recomendar um filme, O Ponto de Mutação, visto no próprio google vídeos, baseado no livro de Fritjof Capra.

O livro funciona mais como um longo e interessante ensaio, sendo que o filme baseia-se nas idéias do autor para construir seus diálogos e situações. É um filme lento e totalmente expositivo, mas para aqueles que se interessam por uma boa divagação filosófica, a dica é impagável.

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Um último adeus ao Rei do Pop!



Já se passaram quase dois dias desde a morte de Michael Jackson e eu ainda estou chocada. É mesmo incrível como podemos nos abalar com a morte de alguém que nunca vimos ou com quem nunca conversamos...

Michael fez parte de minha infância. Meu pai, apaixonado pelos hits e baladas que encantaram toda uma geração nos anos 70 e 80, sempre gostou de ouvir esse tipo de música e me fez aprender a gostar também. Desde pequena eu o acompanhava em suas predileções e foi ao lado dele que conheci nomes como A-ha, Pink Floyd, Scorpions, Tears for fears, Prince e, claro, Michael Jackson.

Assistindo a MTV ontem à noite, me dei conta de quão difícil é falar desse homem que é quase um ser de outro planeta. Seus feitos, a começar por suas apresentações no Jackson Five, já demonstravam o talento inato e as habilidades de liderança que o acompanharam durante a maior parte de sua vida; afinal de contas ser o astro principal de um grupo musical aos 11 anos de idade não é para qualquer um.

Depois disso, a decisão de seguir carreira solo e a realização do disco “Off the Wall”, o consolidaram como o maior ícone da indústria musical de todos os tempos, visto que ele não sabia só cantar bem, diferente da grande maioria no ramo, mas era também compositor, ator, produtor, diretor, empresário e um dançarino espetacular.

Aliás, foi com Michael que o “Moonwalk” se tornou conhecido. Incrementando passos de Gene Kelly, Fred Astaire, e revelando influências de James Brown, ele apresentou ao mundo performances tão originais que marcaram as gerações que vieram após ele.



Além do “Moonwalk”, o astro também foi responsável pela ascensão da MTV (e não o contrário, como muitos pensam!). O precursor dos videoclipes mais singulares que a América e todo o mundo jamais haviam visto inaugurou estilos, cores e formatos inimagináveis. E é realmente espantoso o fato de que assisti-lo em curtas como “Smooth Criminal” e “Thriller”, é como estar diante da TV vendo algo atual, produzido no século XXI.

Os escândalos pessoais que envolveram a trajetória do mágico da música levaram-no inúmeras vezes à aversão e ao esquecimento. Com o passar do tempo, seu nome se tornou sinônimo de polêmica. E, não sei se por ironia do destino, justamente agora que ele iria voltar aos palcos e maravilhar os milhões de pessoas que viam nele um ídolo, o fim se coloca diante de nossos olhares perplexos...

Não acredito que surgirá outro como ele – sensível às deficiências humanas, frágil perante suas próprias deficiências. Michael entra agora para a lista de nomes, entre os quais, Elvis Presley ou The Beatles, para a qual há pessoas não se convencem de sua morte; onde sua coroa e suas influências nunca deixarão de existir. Em uma das entrevistas que assisti ontem alguém disse que há no mundo pessoas que se tornam celebridades, astros, mega-astros, super-astros e Michael Jackson. Concordei!


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E o diploma, cadê?

Este blog é escrito por dois alunos de jornalismo, que agora se vêem um tanto desamparados, achincalhados até. Sonhamos um dia com a profícua carreira de jornalismo, idealizando a vida e nos apaixonando pelos sonhos e projetos traçados. Somos românticos, ora! Ontem, para nosso terror, Gilmar Mendes, o carismático (adicione altas doses de ironia) presidente do STF, e o seleto grupo de ministros que residem naquela Casa, resolveram que para fazer jornalismo não mais é necessário o diploma, expedido por uma universidade previamente habilitada pelos órgãos competentes para tanto. Agora, basta ter o famigerado Q.I. ("quem indica", aquela mão amiga abençoada) ou fazer parte de um joguete de interesses pequenos quaisquer. Para continuar com o assunto, prefiro fazer minhas as palavras do ótimo Leandro Fortes.

Acessem o blog dele e leiam uma análise precisa de mais esse desserviço realizado pelo STF, nossa corte maior.

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Falando de moda!

Nesta quarta-feira teve início a São Paulo Fashion Week (SPFW), a semana de moda de São Paulo, que ocorre de seis em seis meses e aponta as tendências que serão utilizadas nas próximas estações. Resolvi escrever sobre esse assunto porque há pouco tempo era uma daquelas pessoas desinformadas que percebia a indústria da moda com certo preconceito. A moda tem muito mais a ver com a vida real do que geralmente se pensa e ela vem crescendo muito, tanto no âmbito internacional, quanto no mercado nacional.

Assunto pertinente dentro de casa, nas escolas ou no trabalho, tanto quanto a política, o meio ambiente ou as artes, em geral, a moda integra a construção da identidade individual. Não acredite quando disserem que se trata de coisa para iniciados ou algo restrito ao mundo fashion. O que você veste e exibe comumente revela traços intrínsecos e essenciais de sua personalidade. Os preconceitos existem em parte porque ela possui um caráter efêmero manifestado nos desfiles e modismos, e também porque ela se relaciona com a aparência (supotamente privilegia o superficial em detrimento do conteúdo). Além disso, ela é frequentemente retratada como algo feito para ludibriar vítimas alienadas e dispersas, para tornar as pessoas aquilo que elas não são.

Quem a critica dessa forma (e até pouco tempo eu podia me incluir aqui) de fato despreza todas as implicações que a moda possui em um contexto imcrivelmente maior: político, econômico, sociológico, psicológico. Embora a "ditadura da moda" colha seus efeitos ainda hoje entre aqueles que se sentem manipulados por ela, falar de moda é muito mais do que falar da roupa que se está vestindo, é dissipar-se de idéias pré-concebidas e atentar-se para os reflexos e as transformações que ela explicita na sociedade que nos cerca.

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A volta daquele que não foi!

A gravadora Sony anunciou que vai voltar a lançar discos de vinil no mercado brasileiro. A decisão partiu do princípio de que há uma tendência mundial – especialmente entre os colecionadores – em consumir discos de vinil.

Para a geração que não o conheceu, o vinil é o que se pode chamar de pai do CD. Também conhecido como LP, que em inglês significa "long play", e bolachão, é uma mídia que nasceu na década de 50 e reproduz músicas em uma aparelho chamado toca-discos. A partir da década de 80 e início da década de 90, a invenção dos "compact discs" (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo.

No entanto, ao contrário do que se acreditava, o vinil sobreviveu e está de novo na moda. Para os especialistas, os motivos da superioridade deste formato em relação às mídias digitais em geral (CD, DVD e outros) residem, entre outras coisas, em sua excelente qualidade sonora (eles garantem que o vinil possui um som mais "puro"), as imagens grandes, os encartes generosos e todo o ritual realizado para se ouvir a música, que muitas vezes aproxima as pessoas que se reúnem para curtir o disco, enquanto as outras mídias as distanciam.

Existem 20 fábricas de vinil no mundo todo. Os colecionadores afirmam que o som do vinil é uma coisa única, e não só o som, mas a onda que o acompanha, e que a volta do vinil está muito relacionada ao fato de as demais mídias serem tão descartáveis. Para os colecionadores, sua marca sempre foi "top of mind", mas as gerações que não o acompanharam e o conhecem agora tem se identificado com a nostalgia presente neste elemento, que é legitimador de artistas e bandas que marcam e marcaram épocas. É importante ressaltar que para aqueles que gostam de música, tanto faz a maneira como ela é reproduzida. Creio que na realidade há espaço para todos os formatos, ainda que estes diminuam com o tempo, ou sejam de repente substituídos por outros.

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Cinema + Meio ambiente => XI FICA

Em tempos de mudanças climáticas que geram situações de seca e inundações jamais vistas, em que a poluição e o desmatamento contribuem para a diminuição da biodiversidade e da água disponível ao consumo humano, e transformam radicalmente os lugares em que vivemos, tornam-se imprescindíveis discussões e atitudes que possam retardar e, se possível, encerrar, o aquecimento global e as alterações previstas para o nosso planeta.

Diante deste quadro é que venho fazer um convite especial a todos os que se interessam pelo meio ambiente e pelas artes em geral. Como concilia-los? O FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), um dos maiores e mais conceituados festivais de cinema no mundo, vem em sua 11ª edição expor - por meio de palestras, debates e filmes, em paralelo com uma programação que conta com espetáculos musicais, teatrais, dança e literatura - todos os tipos de problemas ambientais que preocupam a sociedade contemporânea.

Nomes como o de Ismail Xavier (Professor de Cinema da Usp), Isabela Boscov (Crítica de Cinema da revista VEJA), Francisco Elinaldo Texeira (Professor de Cinema da UNICAMP) e Cláudia Valéria de Lima (Coordenadora do curso de Ciências Geoambientais da UFG) poderão ser encontrados nos cursos de cinema, cursos ambientais, mesas de cinema e mesas ambientais proporcionados pelo evento, que ocorrerá entre os dias 16 e 21 de junho, na histórica cidade de Goiás, que hoje sustenta o título de Patrimônio da Humanidade.

A temática dos filmes, exclusivamente ambiental, tem atraído mais e mais concorrentes a cada ano, sendo que em 2009 o festival, que oferece 240 mil reais em prêmios (a maior premiação da América Latina), bateu o recorde do número de países inscritos, 55 no total, sendo que destes, 13 foram selecionados (Alemanha, Brasil, China, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Grécia, Holanda, Irã, Itália, Nigéria e Polônia).

Este ano, além do crescimento no número de inscritos e da qualidade dos materiais enviados aos organizadores da mostra, também serão exibidas novidades e atrações especiais aos espectadores. Entre elas, uma mostra infantil que contém 11 filmes com temática ambiental, exclusivos para crianças, o Fórum Ambiental “Globalização e as Crises sem Fronteiras: em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais”, e os shows de Vanessa da Mata e Martinho da Vila.

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Quem ainda gosta do Serra e ignora o Lula?




Não observar o fenômeno "classe média" que tomou conta do país nos útlimos anos é estar de olhos e ouvidos vedados para o que acontece. O "boom" financeiro da nossa classe média chamou a atenção até de grandes potências. Em 2008, o The New York Times publicou artigo em que mostrava a feliz classe média consumista do Brasil crescendo enquanto nos EUA as pessoas dessa mesma classe amargavam o início de uma recessão que se revelaria catastrófica meses mais tarde.


Segue trechos do texto:

"Tradução do longo artigo sobre a prosperidade brasileira, publicada no

jornal New York Times:


Consumidores brasileiros vivem período de prosperidade


Andrew Downie

Em São Paulo


Os consumidores nos Estados Unidos estão apertando o cinto; os

brasileiros estão gastando como se não existisse palavra em português

para recessão. [...]


"No passado, quando os Estados Unidos espirravam, o Brasil pegava uma

pneumonia, mas este não é mais o caso", disse Marcelo Carvalho,

diretor executivo de pesquisa do Morgan Stanley no Brasil.[...]


Uma visita a qualquer shopping center ou revendedora de carros sugere

que é verdade. As lojas estão lotadas de compradores ávidos em gastar.

As vendas de aparelhos domésticos aumentaram 17% do ano passado, a de

celulares aumentou 21% e as vendas de computadores notebook e

televisores de plasma e LCD quase triplicaram. [...]"


Fonte em pdf.


Se alguém aqui tem recordação dos anos 90 (seja tendo vivenciado, ou estudado nos livros), deve lembrar-se que inúmeras e sucessivas crises econômicas acometeram o Brasil nesse período. Isso se dava, entre outros fatores, pelo atrelamento da nossa economia à dos EUA. Logo no início desse governo, Lula empreendeu diversas viagens pelo mundo. Enquanto a mídia descia a lenha no presidente, acusando-o de fazer turismo, Lula pulverizava os produtos brasileiros por muitos países, rompendo assim com nossa dependência colonial com os EUA. Se ainda estivéssemos sob um governo tucano, o ideal do neo-liberalismo teria triunfado e todas as nossas empresas teriam sido entregues às multinacionais estrangeiras. Seria mesmo como na crise de 29: EUA falido, Brasil sem financiador. O que acontece hoje é que vendemos para o mundo todo, e muito. Diversificamos nossas fontes de renda.


O Brasil melhorou. Se jogar uma bomba resolvesse os problemas (como alegam alguns conhecidos meus), todos os países massacrados por uma guerra ressurgiriam no pós-guerra melhores, revitalizados, desenvolvidos. Com exceção da Alemanha Ocidental e do Japão (que tiveram toneladas de capital injetadas na sua recuperação pós- 1945 por motivos geo-políticos), bombas não ajudam a salvar ninguém. Temos que encarar os fatos: o Brasil tem sim muitos problemas - históricos e culturais, o que só dificulta na solução -, mas é com essa matéria que temos que trabalhar. Lula não é um paladino, depositário de toda moral e virtude, mas é uma resposta em grande estilo à política oligárquica que sempre dominou esse país.


E sobre a Dilma... bem, ela não é lá muito simpática e atribuem a popularidade do presidente ao seu enorme carisma. Ora, basta lembrarmos do Lula sindicalista, barbuda e maltrapilho, para vermos como alguém pode ficar mais... afável. Ela tem crescido nas pesquisas. Uma recente pesquisa Data-Folha mostra que ela está quase alcançando o Serra naquelas entrevistas que testam a memória espontânea do eleitor (não é sugerido nenhum nome, apenas é perguntado, livremente, em quem a pessoa votaria). Quer dizer, uma mulher até recentemente desconhecida do grande público está sendo quase tão lembrada quanto o velhaco José Serra, político das antigas e que conta com o tal do recall (memória dos eleitores sobre ele).



Se pensarmos que ainda faltam mais de 1 ano para as eleições e que as campanhas ainda não se efetivaram, é perfeitamente plausível a idéia de a estreante Dilma derrotar o veterano Serra.

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