Em meio a esse debate sobre a questão da essência ou construção das características e personalidade de uma pessoa, o texto revela o papel fundamental da imagem na formação das identidades nas sociedades contemporâneas. A partir do exame minucioso de uma série de TV e de algumas campanhas publicitárias, o autor demonstra o quanto a sociedade do consumo é capaz de interferir no estabelecimento das consciências e personalidades individuais.
Resgatando ideologias sobre a televisão e o modo como seu entretenimento foi explorado nas últimas décadas, Kellner alerta para o fato de que a TV não é um simples meio de comunicação das massas que promovem a essas escapes momentâneos da realidade sofrida e rotineira. Sem dúvida ela pode ser utilizada por muitos como “puro ruído” sem aparente interferência. Entretanto, abordagens menos superficiais revelam que esse veículo tem a habilidade de moldar comportamentos, estilos e atitudes que concorrem para a criação de novas identidades. Combinando modelos e estruturas que convidam o espectador ao consumismo, à catarse e à realização de seus desejos mais íntimos, a TV propicia a este uma escolha entre ser a mesma pessoa ou tornar-se algo novo.
O estudo das campanhas publicitárias nos mostra que as imagens nas propagandas também possuem importante valor simbólico e ideológico. Utilizadas tanto para promover produtos comerciais quanto para divulgar crenças e expressões religiosas, políticas ou culturais, as propagandas tornaram-se meios poderosos de expressão do período em que se inserem e dos comportamentos que desejam influenciar. Como ocorre com o cinema e a TV, ela convida o indivíduo a integrar-se à sociedade por meio da aquisição das roupas que estão na última moda, as jóias mais raras, os cosméticos que rejuvenescem em menos tempo, o carro mais caro.
Ao contrário do que se via nas sociedades pré-modernas, onde a identidade era permeada por aquilo que a pessoa fazia, por seu caráter, suas escolhas e idéias, na era contemporânea do consumo e da informação deliberada, as novas formas de indentidade são definidas, na maioria das vezes, por aquilo que se tem e aquilo que se mostra. A competência entre aqueles que sabem distinguir entre a criação de uma identidade alienada e a edificação de uma identidade livre mas única, é testada dia-a-dia pelas máquinas do capitalismo.
2 Comentários:
A pós-modernidade vista na sociedade atual, nos oferece uma infinidade de informçãoes e imagens difusas, que ás vezes poderiam ser compreendidas como ruído. No entanto, o que se vê é que os indivíduos se adequaram a essa difusão extrema, por isso compõe identidades instáveis, que vão mudar a cada nova tendência.
A publicidade, desse modo, se enquadra na posição de mediadora e direciona possíveis futuras identidade. Vale ressaltar, como o texto de vcs faz, que os veículos de comunicação são o meio difusor dos modos de consumo e estilo, mas a compreensão dessas informções cabe a cada indivíduo.
Acredito que entender a massa como homogênea é cpor vezes contrária aos novos novos conceitos comunicacionais e culturais.
Bom texto ;D
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